AH! NAQUELA BOLA !

Resistência, obstinação, rebeldia, birra, relutância! Todas estas palavras são sinônimas de teimosia. E ao sermos teimosos, relutantes, birrentos, nós assumimos riscos, mas não podemos nos render mesmo sabendo que estamos errados, pois apostamos em nossa convicção, mesmo que esta esteja totalmente indo contra a opinião de uma grande maioria. Foi o que fez Dunga. Pois a birra, a teimosia tem seu preço, e este muitas vezes não é nada generoso com o teimoso. E isto com certeza nosso Dunga sentiu na pele já nos descontos com aquela bola parada, uns três passos para fora da área pelo seu lado direito. Naquele pequeno lapso de segundos, Dunga deve ter olhado para Daniel Alves, jogador mediano de afeição pálida com a responsabilidade ali, naquele instante, em frente a seus pés, e numa miragem instantânea ter imaginado naquele lugar, naquele momento crucial, aquele jogador que, por birra, teimosia, relutância, não levou para a Copa do Mundo. Dali, bem daquele local, Ronaldinho Gaúcho poderia encaminhar a partida para outro rumo, ao contrário da cobrança do mediano que mais parecia ter batido numa bola de boliche de tão pesada que estava para ele naquele momento. Recobrando-se daquele lapso de segundos imaginários, Dunga viu a dura realidade de quem ao convocar uma seleção que representaria milhões de brasileiros, deixou-se levar por suas lembranças desagradáveis daquele último GRE-NAL de sua carreira em que se confrontou com o seu barrado. Pois os brasileiros não têm a mínima culpa dos balõezinhos e dos elásticos, isto Dunga deveria ter tido o bom senso de separar quando da convocação de seu exército, mas não teve esta humildade. Pois amigos, se encerrou nesta triste tarde de 6ª. Feira para nós brasileiros, em definitivo, qualquer outra possibilidade de que Dunga, com aquela sempre cara de poucos amigos, venha mais uma vez escalar uma equipe brasileira para outra Copa do Mundo. A teimosia mais uma vez saiu derrotada!