terça-feira, 31 de julho de 2012

LOIRAS, MORENAS & CAVIAR

Um dos assuntos mais polêmicos em nosso meio mesafutebolístico, sem sombra de dúvidas, é a quantidade de regras, modalidades que se apresentam no Brasil para quem gosta de jogar seu "botão".  Eu, quando jogava em casa com meus amigos, inicialmente joguei a regra do toque-toque, e olha que eu tinha um botão mágico, o meu Pelé dos botões que quando recebia a bola, ia indo solitário driblando quem estava pela sua frente até chegar á frente do goleiro e estufar as redes. Era a glória. Não havia jogo melhor. Inclusive na época haviam amigos que tentaram adquirí-lo e eu nunca me desfiz dele na época. Agora, nem sei onde anda mais aquele craque. Deve estar por aí perdido nas coisa antigas de um passado que não temos o hábito de guardar. Mas que era um exímio goleador, isto ele era. Depois "inventei" a bola de isopor com gomos de fita isolante. Era o máximo. Chute em curva e tudo. Bola indo alta e caindo no ângulo. Só golaços. Nesta época da bola de isopor eu recebia amigos para competições e neles, se destacavam o Miguel, André e Cesar. Isto há muito tempo, e lá em casa onde eu tinha um quarto com a mesa instalada. Nem precisava tirar, pois o quarto era só dela. Na época eu tinha 12 times, três de cada País, Alemanha, Inglaterra, Espanha e Itália. E eu fazia sozinho minhas competições (Campeonatos Nacionais, Recopas, Mundial). Dai a regra já era a do Passe. Se batia no botão podia continuar o ataque. No escanteio então podia puxar um botão para dentro da área para tentar fazer de cabeça, porém, ele tinha que ficar no máximo até a linha de posicionamento do último defensor. Que regra senhores. "The Must". Éra muita adrenalina nas competições e pasmen, eu não puxava jogo para nenhum. Os jogos eram leais. Eu era isento. Não havia o Manchester ainda. Eram Liverpool, Tottenham Hotspur, Nottinghan Forest. Um máximo de regra. Top dos Top. Depois vi que queria mais, queria sair do meu "quarto", do meu mundo até então. Procurei lugar para jogar, cheguei a ir na ACM, porém, fui parar lá no Gigantinho e na Regra Gaúcha. Foi o meu suprassumo na época pois saía das competições internas caseiras, para ir enfrentar outros adversários e em competiçoes que valiam troféus. Não me lembro ter ter ganho algum, mas era minha alegria na época. Eu contava nos dedos para que chegasse o sábado para ir ao Gigantinho e jogar minha Regra Gaúcha. Éra meu prazer, era o Top. Dalí nasceu a idéia de fundarmos uma associaçao para jogar a Regra Brasilera. Regra Brasileira? O que é isto? É uma regra em que podemos sair de nosso mundo chamado Rio Grande do Sul. É uma regra que permitiria o confronto entre Estados. E eu não achava que o top era o "leva-leva", depois a "bola de isopor", depois a regra do "passe", ou então a gaucha? Pois é, descobri que tinha algo melhor ainda, algo que ainda não tinha provado e me fui nesta empreitada junto com meus amigos Miguel, Juarez, Paulo, Cláudio, Cláudio Luiz, Cicero, Mário, Pedde, Alexandre, Pedro Cruz, de onde foi fundada a AFUMEPA, incentivados também que fomos pelo Prof. Martins do RJ. E "ao jogar" pude realmente ver que a regra era melhor. Então havia algo melhor que ainda eu não havia provado? Tinha sim, a Regra Brasileira. Botões maiores, mais bonitos com times uniformes em botões cavados. Mas somente descobri isto pois me aventurei a idéia de amigos de que havia algo melhor de tudo aquilo que tinha provado á título de regra do "botão".  Neste período ainda observava diversos amigos que ainda mantinham o hábito das velhas e antigas modalidades. Uns até ainda jogavam em casa e ainda felizes. Não tinham provado outra coisa, mas felizes. Já em 2004 numa competição de Brasileiro no Hotel Umbú me deparei pela primeira vez com a modalidade liso, regra atualmente mais jogada em nosso País e confesso que fiquei encantado com ela e para ela me dedico muito desde lá até hoje, e onde tive o prazer de me satisfazer em sua plenitude com a conquista de dois Estaduais promovidos pela nossa Federaçao. Creio que tem mais ainda. Não sei quando mas vai ter coisa ainda muito melhor. Então, após experimentar mais uma vez uma coisa nova, pude ver que realmente tinha ainda algo melhor do que a Regra Brasileira Cavado, ou livre como queiram.  Até agora, em todas as minhas provações de regra acabei sempre descobrindo algo melhor, lógico, para o meu gosto. Aliás, gosto é gosto, pois há aqueles que gostam de mulheres novas outros gostam das mais velhas, outros gostam de loiras e outros de morenas e outros gostam de comer arroz com feijão e outros caviar. Já provaram Caviar para dizer que o melhor é arroz com feijão? Gosto é gosto e não se discute, porém, para dizer que não gosta, como já dizia o Roberto Gigante: Tem é que provar para dizer que não gosta!!!!!!! Lógico que estou me referindo à modalidade de jogo de futebol de mesa. Ou tem gente pensando noutra coisa????

2 comentários:

SAMBAQUY, Adauto Celso disse...

Breno,
Você conseguiu fazer uma caminhada que deve ter sido feita pela grande maioria dos botonistas gaúchos. Realmente a intenção da criação da Regra Brasileira foi essa, a de mostrar que havia algo mais consistente na maneira de jogar botão. E tudo foi feito para ser disputado com botões lisos. Os cavados foram uma "invenção de cariocas e gaúchos". Por essa razão Caxias nunca jogou cavado, sempre obedeceu a originalidade da regra trazida em 1967, de Salvador.
Quando fundamos a Associação na cidade de Brusque, só jogávamos lisos e depois de intercâmbios com o pessoal de Porto Alegre é que começaram a aparecer os cavados e isso acabou por desistimular quem criava. Acabou afastando o pessoal do liso que era quem tocava a entidade.
Meus parabéns pelo relato que foi uma demonstração de uma escolha bem feita. Continue no liso e conquiste o Brasileiro, que é a única conquista que falta para a sua galeria.
Um abraço

CACO disse...

Breno, parabéns por esta postagem foi uma abordagem perfeita do momento do FM gaúcho. O medo da mudança trava o ser humano e bloqueia seu crescimento.
Para os grandes vencedores na modalidade livre, ok eles até podem não querer mudar, embora eu prefira atitudes que assumem desafios e correm riscos nos novos desafios.
Mas minha grande surpresa é ver pessoas que jamais ganharam ou ganharão uma competição no livre recusarem, por medo do novo, qualquer investida na modalidade liso. É lamentável, mas livre arbítrio é isto, cresce quem quer, permanece pequeno quem tem medo de desafios.
Abração.
CAco.