Hoje vou abordar um assunto que há muito me faz pensar sobre o destino do futebol brasileiro. Bem diferente de anos anteriores onde os clubes de sustentavam com a própria arrecadação e venda de jogadores, hoje os clubes brasileiro estão virados numa grande e maravilhosa forma de jogadores e empresários abastecerem suas contas em paraísos fiscais com muitos e muitos milhões de euros.
Nossos clubes, e lógico, aqueles mais tradicionais do País, se afundam em dívidas e abarrotam seus plantéis com verdadeiros milionários da bola. Qualquer chinelo ganha mais de R$ 100 mil. Chegamos ao cúmulo de clubes contratarem atletas de fim de carreira vindos do exterior por verdadeiras babilônias mensais. O dinheiro? Simples, os clubes vão adiantando as suas cotas de TV já de 2015, ou seja, daqui a um tempo, a TV vai acabar com a mamata e os clubes cairão na realidade. Vão tirar dinheiro de onde para pagar?
Os clubes aumentam sua folha de pagamento substancialmente com adiantamento de verbas oriundas da TV, o que muito temerário para a saúde de um clube de futebol. Em suma, clubes cada vez mais endividados e jogadores e seus empresários cada vez mais ricos. Pergunto: Não deveria ser o contrário? E tem ainda o fato de estar havendo um desiquilíbrio muito perigoso de privilégios no futebol, cito sim o Corinthians que ganhou um estádio de graça e detem exclusivamente um patrocício da "nossa" Caixa Econômica Federal intermediada operação que foi do nosso "querido" Lula Corinthiano. Pode uma coisa dessas? Então quem paga os jogadores na realidade são os correntistas? Eu tenho conta na Caixa. Será que terei algum retorno na venda de jogadores? Me perguntaram se quero investir em futebol?
No nosso exemplo caseiro tanto Inter como Grêmio estão fazendo das tripas o coração para montarem estádios novos. Não é justa esta desigualdade de privilégios. Lógico que os times querem ficar mais fortes um que os outros, logo, quando um sai para uma compra estratosférica, outros também tem que ir para a mesma degola pois não querem ficar para trás. Deveriam sim nossos dirigentes se reunirem e estabelecer um teto salarial para qualquer posição. Goleiro é "x", Lateral é "y", Atacante é "xy" e assim por diante, mas, lógico que isto não iria funcionar pois algum dos clubes iria quebrar esta combinação por pura ganância de título, sem medir nenhuma consequência.
No Brasil hoje paga-se salário europeu, onde o povo vive com falta de educação, saúde, infra-estrutura e em precárias condições conforme a região. Uma imbecilidade ilógica. Chega-se ao grande absurdo de se falar em salário de treinador em R$ 600 mil, como se fosse R$ 1 mil, de tão banalizada que já são as cifras esportivas no futebol. Nos matamos o ano inteiro para ganhar nem perto do que técnicos e jogadores de times da série A ganham por mês. Se formos a fundo, nem chegamos ao que ganham os jogadores da série B. É surreal esta situação do nosso futebol e ninguém toma atitude nenhuma. Em suma, os clubes estão já com o nariz debaixo dágua pois o dinheiro adiantado já é de 3,4 ou até certos casos 5 anos. Presidentes assumem já sem orçamento para toda sua gestão, pois foi tudo já antecipado pela administração anterior. Fim da picada.
Soube uma noticia de que se a Unimed deixar o FLU, ele fecha, pois tem todos seus terrenos empenhados. Botafogo a mesma coisa. Mas os times continuam a contratar a peso de ouro um jogadores comuns, jogadores que nem amarrariam as chuterias de jogadores que hoje não estão mais conosco e morreram morando de favor. Pobres coitados dos clubes brasileiros que foram enganados por uma ganância de ganhar títulos a qualquer custo. Usam fraque mas andam de pés descalços. O dia do acerto de contas com a incompetência administrativa está chegando!